Todo empresário do setor de móveis deve acompanhar o índice de confiança da indústria, afinal, essa métrica funciona como um termômetro da economia e do segmento. Pensando nisso, este artigo elenca as principais informações sobre índice de confiança, balanço do setor moveleiro em 2023 e perspectivas para 2024. Acompanhe!
O que é índice de confiança da indústria?
Antes de falarmos especificamente sobre a confiança no setor de móveis em 2023, é necessário entender detalhadamente o que é o índice de confiança da indústria. Vamos lá?
O Índice de Confiança da Indústria, muitas vezes abreviado como ICI, é um indicador econômico que mede a confiança dos empresários e gestores da indústria em relação às condições atuais e futuras do setor em um determinado país. Ele é uma importante ferramenta para avaliar o sentimento e as expectativas dos agentes econômicos dentro desse setor.
No Brasil, o índice de confiança da indústria é avaliado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que acompanha os movimentos do mercado, realiza pesquisa, divulga métricas, entre outros.
Como é o cálculo do índice de confiança?
O ICI é normalmente calculado com base em pesquisas e questionários aplicados a empresários, gerentes e outros líderes do segmento industrial. Esses questionários geralmente incluem perguntas sobre a produção atual, o nível de emprego, as condições de negócios, as perspectivas de vendas e investimentos, entre outras variáveis relevantes para a indústria – incluindo o setor de móveis. Com base nas respostas, um índice é construído para refletir a confiança geral do setor.
Um índice de confiança da indústria elevado indica que os empresários e gestores estão otimistas em relação ao desempenho futuro da indústria, enquanto um ICI mais baixo sugere pessimismo. Isso pode afetar as decisões de investimento, contratação e produção dentro do setor industrial, podendo impactar a economia como um todo.
Por que o setor de móveis deve acompanhar o índice de confiança da indústria?
O índice de confiança da indústria é um importante termômetro para analistas e formuladores de políticas econômicas acompanharem o ritmo industrial e entenderem as tendências da economia nacional. É essencial que as empresas do setor moveleiro acompanhem o índice de confiança da indústria para se manterem atualizadas sobre o segmento.
Qual o índice de confiança no setor de móveis em 2023?
De acordo com a pesquisa Índice de Confiança do Empresário Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria em setembro, os dados mostram que o setor industrial de modo geral não está muito otimista. De 29 segmentos da indústria, 21 mostraram queda de confiança.
Segundo o levantamento, em setembro de 2023, vários setores econômicos demonstraram uma mudança significativa em seu nível de confiança em comparação com agosto do mesmo ano. Notavelmente, os setores de Veículos Automotores, Serviços Especializados para Construção, Produtos de Material Plástico, Móveis e Produtos de Metal passaram por uma transição de estado de confiança para falta de confiança.
Por outro lado, observou-se um aumento de confiança nos setores de Manutenção e Reparação, Máquinas e Materiais Elétricos, Madeira, Impressão e Reprodução, Máquinas e Equipamentos, Celulose e Papel, Couros e Artefatos de Couro, assim como Calçados e suas Partes.
É essencial que o setor de móveis acompanhe estudos de confiança, já que a indústria moveleira trabalha diretamente com empresas de outros segmentos industriais.
Índice de confiança da indústria por regiões
A confiança da indústria diminuiu em todas as regiões do Brasil, conforme a CNI. Em setembro, as quedas mais acentuadas ocorreram no Centro-Oeste (-2,9 pontos), no Norte (-2,5 pontos) e no Nordeste (-2,2 pontos). As regiões Sul e Sudeste foram menos impactadas, com recuos de -1,3 e -1,2, respectivamente.
Como indústrias de diferentes portes mostram sua confiança
Outro recorte do estudo foi o índice de confiança conforme o porte das indústrias brasileiras. Nas pequenas indústrias, a confiança caiu 2,3 pontos em setembro de 2023 (passou de 52,2 para 49,9 pontos). Retraiu 1,8 ponto nas médias indústrias e 1,5 ponto em grandes indústrias.
O indicador de confiança vai de zero a 100, sendo que métricas abaixo de 50 acendem alerta para falta de confiança.
Quais as projeções para a economia brasileira e para o setor de móveis em 2023?
O mercado passou por incontáveis oscilações em 2023. Para entendermos o momento do setor de móveis é preciso antes olhar o cenário de 2020 e 2021, quando o segmento moveleiro cresceu de modo expressivo.
Esses foram os anos mais intensos de pandemia, distanciamento social e aderência ao home office – levando as famílias a investirem em suas residências e, consequentemente, a comprarem mobiliários. Além disso, a economia foi incentivada com recursos do governo, incluindo valores destinados às famílias de baixa renda e linhas de crédito competitivas para empresas. Vale lembrar que a procura por móveis foi uma demanda global, oportunizando que muitas indústrias brasileiras iniciassem ou ampliassem sua presença no mercado externo.
Desde 2022 o mercado passa por um momento natural de acomodação após um crescimento expressivo e atípico. Enquanto setores de bens duráveis, como o moveleiro, retornam ao seu ritmo habitual de produção e vendas, segmentos como turismo voltam a ganhar espaço.
Em agosto de 2023, a realização conjunta das feiras Movelsul Brasil e Fimma Brasil trouxe um novo fôlego para a geração de negócios. A Fimma oportunizou vendas de máquinas, ferramentas, matérias-primas, tecnologia, tecidos e diversos outros elementos que abastecem indústrias moveleiras e marcenarias. Já a Movelsul foi palco para lojistas, varejistas, importadores, arquitetos e representantes do setor de móveis negociarem diretamente com as principais marcas nacionais de mobiliário, estofados, colchões e decoração.
Juntas, essas duas importantes feiras do setor moveleiro geraram uma projeção de R$ 2 bilhões em negócios realizados durante e após o evento. Pode-se dizer, portanto, que o setor de móveis foi muito beneficiado com Fimma e Movelsul 2023.
Perspectivas para o setor de móveis em 2024
Espera-se que 2024 possa ser o ano da retomada no crescimento do setor de móveis. É importante, porém, que o cenário econômico melhore.
Inflação baixa e estável, taxa de juros competitiva, geração de empregos e renda e evolução do PIB nacional são questões relevantes e que com certeza impactariam o mercado positivamente. Com um cenário favorável, é possível que o segmento evolua em torno 1% a 2%, aproximadamente. Essa projeção é da inteligência comercial das entidades Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) e Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis).
O setor de móveis já provou sua resiliência em inúmeras situações, apresentando capacidade de produção, produtos de qualidade, tecnologia aplicada e design. Para voltar a crescer, o mercado consumidor precisa reagir, e isso passa pela melhoria econômica e social não só do Brasil, mas também dos demais países – especialmente os principais importadores do mobiliário brasileiro.
