Na última semana, a presidente do Sindmóveis, Cátia Scarton, e o vice, Henrique Tecchio, receberam a primeira visita oficial da Movergs após a posse da nova gestão do sindicato. Na ocasião, foram debatidas, com o presidente Ivo Cansan, questões políticas que afetam as indústrias de móveis do estado. Esses pleitos, que envolvem desde incentivos fiscais até a infraestrutura logística gaúcha, serão foco de ações junto à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, além do próprio Governo Federal, através de seus Ministérios.
A primeira e mais latente reivindicação é a inclusão dos móveis nos financiamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida. O setor pleiteia um percentual de 15% a 20% do valor do imóvel financiado para aquisição de mobília básica, com prazo para pagamento de até cinco anos. “Isso alavancaria as vendas do setor imediatamente”, projeta a presidente do Sindmóveis, Cátia Scarton.
Além disso, a indústria moveleira briga para que o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) seja mais uma vez reduzido para móveis, acompanhando o benefício concedido pelo Ministério da Fazenda à linha branca no início deste ano. Entre 2009 e 2010, o Governo Federal já havia reduzido a alíquota para os dois setores. As vendas de móveis e eletrodomésticos aumentaram 18,31% em 2010, na comparação com o ano anterior – quase 8% acima do crescimento do varejo em geral no período. Isso ajudou as empresas a se recuperarem parcialmente da crise de 2008, que prejudicou as exportações de móveis.
Outra questão que impede a competitividade dos móveis brasileiros no mercado mundial é o excesso de tributação. Para desonerar as exportações, as entidades pedem a suspensão do ICMS na compra de insumos e matérias-primas de fornecedores gaúchos destinada à produção de bens para exportação. A decisão seria válida para as empresas que exportam acima de 40% do seu faturamento e/ou para aquelas que estejam operando regime especial de drawback – como já ocorre com as fabricantes de Santa Catarina, por exemplo. “Enquanto o governo não pensar em maneiras de eliminar as benesses sociais embutidas nos produtos, não há condições de competitividade, pois nossa produção é tributada na saída e na chegada”, frisa o presidente da Movergs, Ivo Cansan.
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